Josué Gomes e Skaf costuram acordo na Fiesp, e presidente segue no cargo

Disputas internas começaram há dez dias, quando sindicatos de oposição, aliados a Skaf, votaram pela destituição de Gomes. O empresário Josué Gomes da Silva, atual presidente da Fiesp, no Senado, em imagem de julho de 2019
Geraldo Magela/ Agência Senado
Após assembleias e tentativas de destituição por opositores, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, costurou um acordo com o seu antecessor, Paulo Skaf, para permanência no cargo.
Os dois líderes da entidade se encontraram nesta quinta-feira (26) e assinaram uma nota conjunta em que afirmam que as divergências internas precisam ser superadas.
“Conclamamos a todos que abandonem eventuais diferenças e se unam a nós nesta jornada, com a certeza de que estamos fazendo o melhor pela Fiesp e pelo Brasil”, diz o documento assinado por Gomes e Skaf.
Entenda o caso
Na última quinta (19), três dias após a oposição de Josué Gomes votar por sua destituição do cargo, a Fiesp emitiu uma nota afirmando que Gomes seguia como presidente. A decisão pelo afastamento também não é reconhecida pela defesa do empresário.
Na última sexta (20), opositores se reuniram e anunciaram a posse de Elias Miguel Haddad como presidente interino. Em resposta, o presidente da Fiesp emitiu um comunicado interno a funcionários dizendo que a nomeação do substituto não é válida e que os responsáveis pelos atos sofrerão consequências.
Início do imbróglio
A assembleia que decidiu pelo afastamento de Gomes, realizada no dia 16 de janeiro, teve clima acalorado. Segundo relatos de participantes, na primeira etapa da reunião, após as 14h30, Josué Gomes defendeu pontos de sua gestão.
Uma primeira votação foi feita para definir se o conselho iria aceitar ou não as alegações de defesa dele. Dos cerca de 90 votantes, 60 foram contrários aos apontamentos do presidente e 24, favoráveis.
Segundo relatos, após nova tentativa dos participantes de colocar sua destituição em votação, Josué decidiu encerrar a primeira sessão, após as 19h.
Na sequência, os representantes que permaneceram em assembleia decidiram abrir uma segunda sessão – previamente marcada para o mesmo dia. Essa, no entanto, não contou com a presença do presidente, que se retirou.
Nesse momento, foi realizada a votação pela destituição, já com menos participantes. Foram 47 votos a favor do afastamento de Josué, um voto contra e duas abstenções.