Após derrota no Congresso, Haddad vai apresentar a Lula alternativas ao aumento de impostos

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (9) que o governo trabalha com alternativas para substituir a Medida Provisória que aumentava tributos e previa impulsionar a arrecadação para fechar as contas em 2026.
Derrotado na Câmara dos Deputados, que barrou o novo aumento de tributos proposto pela equipe econômica, o governo terá de correr atrás agora para fechar um rombo de cerca de R$ 21 bilhões no orçamento do ano que vem. Essa era a arrecadação prevista com a MP.
As medidas compensatórias podem ser novos aumentos de tributos, redução de benefícios fiscais (isenções ou reduções de impostos concedidos a empresas), ou cortes de gastos.
“O presidente Lula me ligou para fazer um balanço do que aconteceu. Disse [a ele] que vamos apresentar vários cenários [para compensar a perda de arrecadação]”, afirmou o ministro Haddad a jornalistas. Ele acrescentou que vai se reunir com Lula para debater o assunto assim que for chamado.
Esse não é foi primeiro revés do governo no Legislativo com a tentativa de elevar de impostos. No fim de junho, o Congresso derrubou o aumento do IOF, imposto sobre várias operações financeiras, que só foi retomado parcialmente por conta de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).
Interpelado por jornalistas se a área econômica vai insistir no aumento de impostos, diante dos resultados desfavoráveis recentes no Legislativo, Haddad não respondeu. Afirmou apenas que o governo está apenas “corrigindo distorções”. “Aumento de imposto é aumentar alíquota geral”, declarou.
Segundo o ministro Haddad, a equipe econômica vai usar o tempo que tem para avaliar cada alternativa, antes de levá-las ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que terá a palavra final sobre o assunto.
“Nós vamos atuar, na medida das nossas competências constitucionais, para fazer valer essa orientação que o presidente Lula deu desde o primeiro dia do mandato. Ele não vai abrir mão do fiscal, que são as contas públicas, nem do social”, afirmou.
Para atingir a meta fiscal, que prevê equilíbrio das contas do governo (com intervalo de tolerância), Fernando Haddad não afastou a possibilidade de corte de emendas parlamentares neste ano, mas não por conta da derrubada da MP. Segundo o ministro, o impacto, em 2025, é pequeno.