Dólar opera em baixa com foco em dados de emprego no Brasil; bolsa avança e busca novo recorde
O dólar iniciou a sessão desta sexta-feira (31) em alta, mas perdeu força e passou a operar em leve queda. Por volta das 11h05, a moeda americana recuava 0,03%, cotada a R$ 5,3786. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, subia 0,12%, aos 149.002 pontos. Mais cedo, por volta das 10h20, o índice chegou à máxima do dia, ao atingir 149.447 pontos.
Os investidores acompanham uma agenda movimentada no Brasil e no exterior. No radar doméstico, os novos dados do mercado de trabalho e a temporada de balanços do terceiro trimestre dividem atenções, enquanto lá fora as big techs e discursos de dirigentes do Fed movimentam os mercados.
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▶️ Após o forte resultado do Caged, o foco se voltou ao desemprego, medido pela Pnad Contínua. A taxa ficou em 5,6% no trimestre móvel encerrado em setembro, mantendo-se se em relação ao trimestre encerrado em agosto, quando o índice já havia atingido o menor patamar da série histórica iniciada em 2012.
▶️ No campo corporativo, o mercado continua acompanhando os resultados do terceiro trimestre. Estão no radar desta sexta as divulgações da Irani (RANI3) e da Tenda (TEND3). Ontem, Vale, Multiplan e Ambev já apresentaram seus números, que seguem repercutindo entre os investidores.
▶️ No cenário internacional, os balanços das gigantes de tecnologia seguem em destaque. A Apple registrou aumento de 8% na receita em relação ao ano anterior e prevê crescimento de 10% a 12% no primeiro trimestre fiscal. A Amazon também reportou desempenho acima do esperado, com lucro ajustado de US$ 1,95 por ação no terceiro trimestre.
▶️ Na agenda americana, os investidores aguardam falas de dirigentes do Federal Reserve. A presidente do Fed de Dallas, Lorie Logan, discursa às 10h30 sobre economia e política monetária, enquanto Raphael Bostic, do Fomc, apresenta sua visão sobre os próximos passos da instituição às 13h.
▶️ Também começa hoje, na Coreia do Sul, a 32ª Cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), que reúne 21 economias da região, entre elas Estados Unidos, China e Japão.
Veja a seguir como esses fatores influenciam o mercado.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
a
Acumulado da semana: -0,22%;
Acumulado do mês: +1,09%;
Acumulado do ano: -12,93%.
📈Ibovespa
Acumulado da semana: +1,78%;
Acumulado do mês: +1,74%;
Acumulado do ano: +23,69%.
Desemprego no Brasil
A taxa de desemprego no Brasil ficou em 5,6% no trimestre móvel encerrado em setembro, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice se manteve estável em relação ao trimestre encerrado em agosto, quando o desemprego já havia atingido o menor patamar da série histórica iniciada em 2012.
No trimestre concluído em julho, o resultado também foi o mesmo. Já em maio, a taxa era de 6,2%, e, no mesmo período de 2024, havia alcançado 6,6%.
Ao todo, 6,045 milhões de pessoas estavam sem emprego no país — o menor número já registrado na série histórica. Esse resultado representa uma queda de 3,3% (menos 209 mil) em relação ao trimestre anterior e de 11,8% (menos 809 mil) na comparação com o mesmo período de 2024.
A população ocupada permaneceu estável em 102,4 milhões, mas ainda em nível recorde, crescendo 1,4% no ano (mais 1,4 milhão).
Felipe Tavares, economista-chefe da BGC Liquidez, destaca que, na véspera, com dados do Caged, que mostraram a criação de 213 mil empregos formais em setembro — acima das 180,7 mil vagas previstas pelos economistas — fizeram o mercado ficar apreensivo pelos números de hoje.
Contudo, o resultado foi bem-recebido. “A taxa de desemprego ter se mantido mostra um sinal positivo para a perspectiva de menor aquecimento no mercado de trabalho”, diz Tavares.
🔎 A taxa de desemprego é um dos principais termômetros da atividade econômica. Quando o desemprego está baixo, significa que mais pessoas estão empregadas, consumindo e movimentando a economia. Isso pode gerar pressão sobre os preços — ou seja, inflação.
EUA em paralisação pelo 31º dia
A paralisação parcial do governo dos EUA completa hoje 31 dias, aproximando-se do recorde histórico de 35 dias.
Apesar do agravamento dos impactos sobre a população e os serviços públicos, não há expectativa de que o impasse seja resolvido neste fim de semana. O Congresso só deve retomar as votações na próxima semana, mantendo o cenário de incerteza.
O bloqueio orçamentário é resultado de um impasse entre parlamentares sobre os gastos públicos. Embora haja sinais de que alguns congressistas estejam buscando um acordo, ainda não há clareza sobre os termos de uma possível solução.
Enquanto isso, os efeitos da paralisação se intensificam. Famílias de baixa renda temem a interrupção do programa de assistência alimentar (SNAP), que distribui cerca de 9 bilhões de dólares por mês a 42 milhões de pessoas.
O Departamento de Agricultura afirma que não poderá manter os pagamentos após 1º de novembro sem a aprovação de um novo orçamento.
Além disso, o setor aéreo também sente os reflexos. Atrasos e interrupções em voos já afetam até mesmo senadores, e líderes do setor expressaram preocupação em reunião na Casa Branca.
Em meio à pressão, o presidente Trump sugeriu eliminar o filibuster no Senado para encerrar o shutdown, mas enfrenta resistência dentro do próprio partido.
Bolsas globais
O mercado americano se prepara para uma recuperação nesta sexta-feira, após as perdas do dia anterior, impulsionado por resultados positivos de grandes empresas de tecnologia. Amazon e Apple divulgaram lucros acima do esperado, o que animou os investidores.
A Amazon teve forte desempenho graças ao crescimento do setor de computação em nuvem e ao aumento nas vendas, mesmo com a inflação. No terceiro trimestre, a companhia apresentou um lucro líquido de US$ 21,2 bilhões, alta de 38% frente ao mesmo período de 2024.
Já a Apple foi beneficiada pela boa recepção da nova linha de iPhones, apesar das tensões comerciais globais. O lucro líquido da companhia foi de US$ 27,46 bilhões, alta de 86,4% em relação ao ano passado.
Com isso, os índices futuros apontam para uma abertura positiva em Wall Street. O S&P 500 subia 0,7%, o Dow Jones avançava 0,2% e o Nasdaq liderava com alta de 1,6%.
Na Europa, os mercados operam em queda, refletindo a cautela dos investidores diante dos balanços corporativos divulgados ao longo da semana.
Além disso, a decisão do Banco Central Europeu de manter os juros inalterados e a desaceleração da inflação na zona do euro reforçaram a percepção de que a economia segue dentro do esperado, mas sem grandes estímulos no curto prazo.
Os principais índices europeus registram perdas: o índice pan-europeu STOXX 600 recua 0,41%. Na Alemanha, o DAX cai 0,34%, enquanto o FTSE 100, no Reino Unido, tem baixa de 0,50%. Na França, o CAC 40 recua 0,21%. A exceção é a Itália, onde o FTSE MIB avança 0,61%.
Na Ásia, os mercados fecharam sem direção única. Na China, os investidores aproveitaram os ganhos recentes para realizar lucros, após os índices locais atingirem os maiores níveis em uma década.
A trégua comercial entre China e EUA, com promessas de redução de tarifas e retomada de compras agrícolas, perdeu força como fator de impulso, dando lugar à atenção sobre os resultados das empresas chinesas e à economia local.
O índice de Xangai caiu 0,81%, enquanto o CSI300, que reúne as maiores empresas de Xangai e Shenzhen, recuou 1,47%. Em Hong Kong, o Hang Seng teve queda de 1,43%.
Em contrapartida, o índice Nikkei, de Tóquio, subiu 2,12%, e o Kospi, de Seul, avançou 0,50%. Já Taiwan e Cingapura registraram leves quedas de 0,19% e 0,07%, respectivamente.
*Com informações da agência de notícias Reuters.
Notas de dólar.
Reuters
