Campos Neto: inflação deve ficar acima do centro da meta em 2023, e BC tentará manter abaixo de 4%

Meta central para 2023 é de 3,25% e será considerada cumprida se oscilar de 1,75% a 4,75%. Meta foi descumprida em 2021, e BC já admitiu que também será descumprida em 2022. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, informou nesta quinta-feira (23) que a inflação em 2023 deve ficar acima do centro da meta, mas que a instituição atuará para tentar mantê-la abaixo de 4%, o que foi chamado por ele de “ao redor” da meta.
Conforme definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta central de inflação para 2023 é de 3,25%. A meta será considerada cumprida se oscilar de 1,75% a 4,75%.
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Em 2021, a inflação fechou o ano em 10,06%, bem acima do teto da meta (5,25%), representando o maior aumento desde 2015.
Para este ano, o Banco Central já admitiu que a inflação também deve estourar o teto da meta. Isso porque a meta central é de 3,5% e será considerada cumprida se oscilar entre 2% e 5%. Porém, a projeção do próprio Banco Central é que fique em 8,8%.
Por isso, explicou Campos Neto, o Banco Central busca levar a inflação para dentro da meta em 2023.
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Inflação e a selic
Para alcançar a meta de inflação definida pelo CMN, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia, a Selic.
Atualmente, o juro básico está em 13,25% ao ano, o maior patamar desde 2016.
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Em comunicado divulgado no início do mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central informou prever um novo avanço da Selic na próxima reunião, marcada para o início de agosto.
O aumento será igual ou menor a 0,5 ponto percentual, segundo o comitê.
Nesta quinta-feira-feira (23), em entrevista coletiva, Campos Neto afirmou que ainda é muito cedo para falar em queda de juros e que a estratégia do Banco Central é manter a taxa em patamares elevados para que a inflação convirja para ao redor da meta em 2023 – o chamado “horizonte relevante”.
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