Preço do querosene de aviação acumula alta de 58,8% em 2022, diz Abear

Último reajuste para as refinarias, de 7,27%, passou a valer em 1º de novembro, sem alarde da Petrobras. Pista de decolagens do Aeroporto Leite Lopes, em Ribeirão Preto (SP)
Reprodução/EPTV
O querosene de aviação (QAV), usado para abastecer aviões e helicópteros com turbina a jato, acumula alta de 58,8% em 2022, segundo levantamento da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear).
O último aumento foi de 7,27%, em 1º de novembro – logo após o segundo turno das eleições –, de acordo com os cálculos da associação. Os reajustes não foram divulgados pela Petrobras.
Segundo a associação das aéreas, a alta foi percebida após cálculo que comparou a tabela dos preços praticados em 1º de novembro com os de 1º de outubro. O aumento acima dos 7% foi identificado em 14 refinarias do país.
O avanço nos preços vendidos às refinarias gera impacto direto nos preços das passagens. Segundo a associação, o QAV responde a cerca de 40% dos custos totais das companhias aéreas.
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“O reajuste no preço do QAV mantém um cenário extremamente difícil para as empresas aéreas e é um tema de constante preocupação para nós e para todo o setor, pois representa quase metade dos custos da operação”, disse, em nota, o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz.
“É urgente a revisão do modelo de precificação do QAV, pois 90% do combustível é produzido aqui, mas pagamos o preço de um produto importado”, concluiu.
Questionada, a Petrobras ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Alta nos preços
As passagens aéreas foram destaque de alta no IPCA-15, considerado uma prévia da inflação, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no último dia 25. O índice ficou em 0,16% em outubro.
A alta do indicador, puxada pelo aumento nas tarifas de passagens aéreas e pelo reajuste nos preços dos planos de saúde, veio após dois meses seguidos de deflação. No mês, as passagens aéreas subiram 28,17%.