Americanas afasta diretores durante investigações sobre rombo contábil

Dos executivos também foram afastados; empresa diz que decisão não representa ‘qualquer antecipação de juízo’. Foto de 13 de janeiro de 2023 de unidade das Lojas Americanas no Centro do Rio de Janeiro
Mauro Pimentel/AFP
A Americanas informou nesta sexta-feira (3) que seu conselho de administração decidiu afastar três diretores durante as apurações do rombo contábil de cerca de R$ 20 bilhões revelado pela companhia no mês passado.
A empresa afastou Anna Saicali, que comandava a Ame Digital, Timotheo Barros, diretor de lojas físicas, logística e tecnologia, e Marcio Cruz, diretor de digital, consumo e marketing.
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De acordo com a Reuters, os três faziam parte do mais alto-escalão da companhia, que engloba ainda o atual presidente-executivo, João Guerra, que assumiu após a revelação das inconsistências contábeis, e a diretora financeira de relações com investidores, Camille Loyo Faria, também contratada depois a crise vir à tona.
Além disso, os executivos Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes também foram afastados. Segundo a nota divulgada pela companhia, a decisão não representa “qualquer antecipação de juízo” sobre a responsabilidade dos afastados.
Entenda o caso
A Americanas viu suas ações derreterem no mercado acionário e enfrenta uma série de processos de investigação após o escândalo contábil reportado pela companhia no mês passado, quando descobriu “inconsistências em lançamentos contábeis” da ordem de R$ 20 bilhões.
A notícia deixou o mercado em polvorosa e fez com que o então presidente da companhia, Sergio Rial, e o diretor de relações com investidores, André Covre, deixassem a empresa menos de 10 dias após serem empossados.
A empresa entrou com pedido de recuperação judicial, que foi aceito no mesmo dia pelo juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro. A empresa está, agora, no chamado “prazo de blindagem”, um período de 180 dias no qual todas as suas dívidas ficam suspensas.
Ainda em janeiro, a companhia pediu, nos Estados Unidos, a extensão do pedido de proteção contra credores, para suspender os pagamentos devidos naquele país.
Esta semana, a empresa encerrou o serviço de vendas por telefone e interrompeu uma série de contratos com fornecedores terceirizados, e pediu à Justiça que as concessionárias de energia e telecomunicações fiquem impedidas de suspender os serviços prestados às Americanas – que atrasou seus pagamentos às mesmas.