Entenda por que volta do elevador no Hopi Hari segue indefinida apesar de anúncio de reformulação

Brinquedo está fechado desde 2012, quando houve morte de adolescente. Parque anunciou em 2020 que previa reabertura no ano posterior, mas desde então data da volta segue incerta. Brinquedo La Tour Eiffel, em 2020
Karoline Porto/g1
A reabertura do brinquedo elevador no Hopi Hari, em Vinhedo (SP), segue indefinida apesar do parque de diversões ter anunciado inicialmente, no fim de 2020, que previa a volta da abertura da atração ao público até fim do ano posterior, com reformulação e novo nome escolhido: “Le Voyage”.
O brinquedo está fechado desde fevereiro de 2012, após a morte de uma adolescente de 14 anos. A vítima morava no Japão e visitava o Brasil em férias com os pais e a irmã. Investigações da polícia apontaram, na época, que a vítima caiu do brinquedo porque usou uma cadeira que estava quebrada. Confira abaixo a situação do brinquedo e os motivos do adiamento.
🎡Onde está o brinquedo?
A atração é uma torre de queda livre com 69,5 metros de altura, o equivalente a um prédio de 23 andares. Ela fica perto da entrada do parque de diversões e, à época do anúncio da reformulação, o Hopi Hari não detalhou qual o investimento previsto para dar uma “cara nova” ao brinquedo.
📅Previsão inicial e adiamentos
Em dezembro de 2020, o Hopi Hari anunciou que previa reabrir o elevador até o fim de 2021 e destacou, na ocasião, que a decisão pela volta se baseou em diferentes critérios, incluindo estudo com visitantes e sobre as viabilidades técnica e econômica. “Impulsionou sua liderança a consultar e conquistar aprovação junto a todos os órgãos legais competentes”, diz nota divulgada na ocasião.
No mês de outubro de 2021, o parque adiou a previsão para o segundo semestre de 2022, o que também não se concretizou. Naquela vez, o Hopi Hari atribuiu a mudança aos reflexos da pandemia de Covid-19, que nos momentos mais críticos resultou no fechamento de locais com aglomerações.
“Quando anunciamos o projeto de reformulação da atração, a expectativa era de redução nos casos de Covid, inclusive porque o parque já estava em funcionamento, mesmo com a capacidade reduzida. Porém, alguns meses depois veio a confirmação de uma segunda onda da doença, o que, inclusive causou novamente o fechamento do parque – fase vermelha”, explicou a instituição naquele período.
Já em março deste ano, o parque mencionou que uma análise técnica estava em andamento, e que há um trâmite envolvendo orçamentos junto ao fabricante para a reforma. Além disso, explicou que os procedimentos são acompanhados pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP).
“Somente depois de todas as análises concluídas e do parecer final do MP é que será anunciada a data de reabertura”, informou a assessoria. Há cinco meses, o parque divulgou a volta do pagamento a credores, no plano de recuperação judicial, e anunciou que prevê novas atrações ao público.
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📄 O que falta para reabrir?
O g1 voltou a questionar o parque sobre a atração nesta semana, e a data para reabertura do elevador segue indefinida. Segundo o Hopi Hari, o caso continua sob análise do MP-SP e a diretoria trabalha em conjunto com a promotoria de Justiça para aprovação de todas as etapas.
“Dentro do cronograma para funcionamento do equipamento, está prevista uma reforma completa, obedecendo todos os critérios estabelecidos pelo fabricante, além da realização de auditorias que serão igualmente acompanhadas pelo MP. Devido ao passo a passo para cumprimento de cada etapa, o processo segue o curso previsto e está em linha com as especificações técnicas e de segurança necessárias para o pleno funcionamento do equipamento”, diz texto da assessoria.
O parque reforçou ainda que o fim da análise depende de conclusões do MP-SP.
Elevador pode ser visto a partir da montanha-russa do Hopi Hari
Anderson Torres
📣 O que diz o MP?
A Promotoria de Justiça de Vinhedo, por meio de assessoria, alegou que há um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pelo Hopi Hari em março de 2012, homologado pelo Conselho Superior do MP-SP, em que o parque assumiu o compromisso de apresentação de uma série de documentos para o retorno das atividades do brinquedo, o que não ocorreu.
“Há a necessidade de cumprimento dos termos do TAC, caso pretendam operar novamente referido brinquedo”, diz o Ministério Público.
Já o parque, questionado sobre a manifestação da promotoria, alegou que o TAC não é um instrumento recente. “A direção do Hopi Hari mantém conversas constantes com o Ministério Público, no sentido de abastecê-los com todas as informações necessárias”, informa nota.
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