Dólar e Ibovespa operam em alta após dados de inflação do Brasil e EUA
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O dólar opera em leve alta nesta terça-feira (12) após dados de inflação de fevereiro. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mostra que os preços subiram 0,83% no último mês, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As expectativas do mercado eram de uma alta menos expressiva, de 0,78%.
O dia também contou cm a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos. A inflação subiu 0,4% em fevereiro no país, em linha com o que era esperado pelo mercado.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, abriu em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Às 10h15, o dólar subia 0,07%, cotado a R$ 4,9820. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana teve baixa de 0,06%, cotado a R$ 4,9784.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,06% na semana;
ganho de 0,12% no mês;
e avanço de 2,59% no ano.
Ibovespa
No mesmo horário, o Ibovespa subia 0,91%, aos 127.265 pontos.
Na véspera, o índice teve queda de 0,75%, aos 126.124 pontos, no menor patamar do ano até agora.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,75% na semana;
recuo de 2,24% no mês;
e baixa de 6,01% no ano.
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O que está mexendo com o mercado?
O dia começou com a divulgação de dados de inflação no Brasil e nos Estados Unidos.
Por aqui, o IPCA subiu 0,83% em fevereiro, contra expectativa de 0,78% do mercado financeiro. O número representa uma forte aceleração frente ao valor observado em janeiro, uma alta de 0,42%. Em 12 meses, o IPCA acumula alta de 4,50%, contra projeções de 4,42%.
O resultado foi puxado, sobretudo pelo grupo de Educação, que registrou um avanço de 4,98% nos preços, em meio à temporada de reajustes anuais das mensalidades.
Também houve alta nos preços dos grupos de Comunicação (1,56%), Alimentação e bebidas (0,95%), Transportes (0,72%), Saúde e cuidados pessoais (0,65%), Habitação (0,27%) e Despesas pessoais (0,05%).
Os únicos grupos que registraram baixas foram Vestuário (-0,44%) e Artigos de residência (-0,07%).
“Mesmo acima do consenso, o dado não assusta porque numa leitura qualitativa a difusão foi menor (inflação menos dispersa) e os serviços subjacentes em queda animam também, já que fora um desafio recente do Banco Central”, comenta Beto Saadia, economista e diretor de investimentos da Nomos sobre o resultado da inflação.
O especialista destaca a expectativa de baixa da inflação de alimentos pelos próximos meses como um ponto importante de alívio. “Com uma China crescendo menos e melhores perspectivas pra safra global, há menos preocupação de pressão em alimentos e o mercado vai convergir, cada vez mais, para uma inflação de 3,5 em 2024”.
Além disso, “o receio de que o El Nino fizesses estragos à produção agrícola no Brasil está cedendo e trazendo menos preocupações”, explica.
Já nos Estados Unidos, o índice cheio de inflação veio dentro das expectativas, com uma alta de 0,4%. O destaque, no mês, foram os preços de energia, que avançaram 2,3% após quatro meses seguidos de quedas.
Segundo Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, com esse resultado, as projeções mostram que a inflação anual americana, hoje em 3,2%, deve voltar à meta de 2% ainda neste semestre, possibilitando que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) inicie seu ciclo de cortes nas taxas de juros até junho. Atualmente, as taxas nos Estados Unidos estão entre 5,25% e 5,50% ao ano.
“Embora ainda haja desafios a serem enfrentados, como a resistência persistente nos preços da moradia em comparação com outros itens que passaram por períodos de declínio e oscilação, é possível que o Fed encontre um ambiente mais propício para suas decisões futuras”, afirma Cruz.
